Ela só quer viajar daqui pra qualquer lugar, parte 3.

Lia nem precisou esperar muito para descobrir quando veria Caio de novo,
assim que ela voltou para a casa da avó de Duda seu telefone tocou com a
seguinte mensagem: “te espero atrás das rochas, ali na curva da praia, às 18h
(e sozinha, por favor)”. O coração dela acelerou e ela foi contar pras meninas o
que estava acontecendo.
- Laura, Eduarda. Vocês são minhas melhores amigas ‘since ever’. Preciso
desabafar. Tô meeeeega afim do Caio e ele marcou um encontro comigo
hoje…
- Olha Lia, posso ser sincera?
- Claro Duda.
- Você tá magoada com o Pedro e o Caio é lindo, simpático, etc. Tem certeza
que você tá pronta pra um lance agora?
- E outra coisa Lia, trair nunca me pareceu uma possibilidade pra você.
- Ah Laurinha, à essa altura já nem sei mais se é traição, mesmo porque o que
os olhos não veem o coração não sente e eu não conto nada se vocês não
contarem. Certo?
- Por mim, ok. Você sabe que não contaríamos. Somos suas melhores amigas.
- Tô com a Duda, não contaríamos mesmo. Mas, tenha cuidado. E que sejam
somente uns beijinhos né Lia, por favoooor. Quero ser tia agora não hahahaha.
- Idiotaaaaaaaaa!
Muitas risadas depois, Lia foi se aprontar. 18h. Coração acelerado, ela estava
chegando lá nas rochas quando avistou Caio. Lindo, como sempre, camiseta,
bermuda e chinelo pareciam um traje de gala aos olhos dela.
- Até que enfim você chegou.
- Como assim? São só 18:05h.
- Quis dizer, na minha vida.
- Ah… bobo.
- Acho que andamos conversando demais esses dias. Quero tentar outra coisa
com você.
- O quê?
E se beijaram. Uma, duas, várias vezes. A cabeça de Lia girando, pensando
em como aquilo era bom e em como ela não queria ir embora dos braços de
Caio nunca mais.
- Você é linda, sabia? Acho que não vou te devolver praquele zé mané, hahaha.
- Ah, para.
Mais um beijo. E então o celular de Lia tocou, mas ela não atendeu. Tocou de
novo. E de novo.
- Melhor você atender gata, pode ser importante.
- Hm, ok.
Era a Laura. Pedro estava indo para Guarapari pedir perdão para Lia,
certamente. Mas agora estava indo para o hospital. Seu carro havia batido em
um outro carro que fez uma ultrapassagem não permitida. O mundo de Lia caiu.
(Continua)