Borda

Como se eu caísse num precipício 
mas só as vezes
O lugar aqui é bonito, é verde, tem arvore e tem grama
e eu adoro correr entre as flores
mais do que tudo eu gosto mesmo é de admirar o labirinto

Não é tédio 
É curiosidade, a fome de saber o que tem ali me arranha as entranhas
Eu gosto de contemplar essa beleza 
e também o mistério
deveria me contentar?

Quero fazer parte de tudo que meu corpo tocar
Do azul do céu ao negrume do abismo

Mas passando os dedos dos pés pela borda
as vezes eu escorrego
e o medo vem cavalgando em minhas veias
meus olhos se arregalam
não sei se para tentar ver o fundo
ou me segurar 

Consigo voltar, puxo bastante ar
empurro bravura pela goela do medo abaixo
e lá vou eu 
dar uma espiada 
Deus, que eu não caia

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