Burca

Eu sou uma vadia
Assim como uma mulher de escolhas
Já estou entediada dessa morada
Vou quebrar a janela 
Esse vídro translúcido só embaça sua mente
Quero que me veja nua

Sinto fone do vento em meu rosto
Dentro dessa casa restam apenas os cadáveres
Consumidos pelos vermes, o cheio já incarde as paredes

Esse quadro metálico não suporta meu fogo
Todo o meu vermelho de minha alma e do meu batom, das minhas vestes 

Balançando como cobras
Como chamas a lamber meu corpo
Lambendo meu rosto
E todo seu esplendor 
E você não consegue ver com os olhos nus
Não consegue olhar diretamente para a luz
Sua nudez é vergonha 
A minha é vida
A minha vida 

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