DA ALEGRIA

É que de repente
Discorre sobre a luz do dia
Uma alegria difícil
Uma espécie de alegria sem riso
Temperada de nostalgia ,
A medo, a capim e pedra...
Temperada de você!

Isso, porque são alegres os seus passos.
A suas palavras transitam luz,
Transmitem-na para o desconhecido segredo-fome.
Suas palavras renovam os rios por secar
Consolam solos enrijecidos pela ausência de substancia.
Até o tempo é infinito no instante minimo em que assomas no horizonte,
Em que insufla em mim o difícil riso.

 Tudo é destino dado,
E inteiriço, fatal
É vasto!
Talvez porque eu esteja apenas procurando o que é meu.
Ou, talvez não haja o meu,
Haja, simplesmente, a fina transparência de uma felicidade diáfana,
Formada de pedra, de terra e de sangue.

Talvez, e só talvez (que triste),
Nunca tenhas existido,
E eu te constituo em discurso,
Para que, assim, talvez,
As dores percam seu misterioso poder de encantamento,
Cedendo vez ao imenso poder de amor, que eu criei.

Como eu poderia explicar...?

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